quinta-feira, 6 de junho de 2013

Metamorfismo

Conjunto de modificações ocorridas no estado sólido na composição e na estrutura de uma rocha que está sujeita a condições de temperatura e de pressão diferentes daquelas em que se formou.
As rochas sedimentares e as rochas magmáticas formam-se num domínio termodinâmico bem definido. As sedimentares formam-se a baixa temperatura e a baixa pressão. As magmáticas formam-se a temperatura mais elevada (650 a 1200
oC) e a pressões variáveis, que podem ir de uma atmosfera, no caso das rochas vulcânicas de superfície, a milhares de atmosferas, atingidas a alguns quilómetros de profundidade.
Os minerais são estáveis em domínios bem definidos de pressão e temperatura.Os minerais das rochas formadas a profundidade e que atingem a superfície por ação da erosão ou por efeito de erupções vulcânicas modificam-se. Ocorre alteração. Da mesma maneira, por efeito de afundamento, as rochas vão sendo sujeitas a altas temperaturas e elevadas pressões, transformando-se. É o metamorfismo.O domínio das rochas metamórficas varia entre temperaturas de 50 oC a 650-700 oC, e a pressão varia entre algumas atmosferas e milhares de atmosferas.
O limite superior do metamorfismo corresponde à fusão total das rochas. Este fenómeno depende em grande parte da hidratação do meio, da temperatura e da pressão. O metamorfismo pode definir-se como o conjunto de modificações ocorridas no estado sólido na composição e na estrutura de uma rocha submetida a condições de temperatura e de pressão diferentes daquelas em que se formou.
Se o metamorfismo assim definido afeta as rochas sedimentares, fala-se de parametamorfismo; se atua sobre rochas magmáticas, designa-se ortometamorfismo; e, finalmente, se atua sobre rochas metamorfizadas designa-se polimetamorfismo.
No interior do domínio metamórfico, como a temperatura e a pressão apresentam um grande domínio de variação, não se pode falar de um metamorfismo mas de graus de metamorfismo.
Entre os fatores de metamorfismo distinguem-se a temperatura, a pressão e os fluidos de circulação. Atendendo à atuação destes fatores e ao local onde atuam, consideram-se diferentes tipos de metamorfismo, de que se destacam o metamorfismo de contacto, o metamorfismo regional e o dinamometamorfismo.

Fonte: http://www.infopedia.pt/$metamorfismo

Fatores de metamorfismo

Qualquer rocha, quando deslocada para regiões mais profundas pode sofrer alterações ao nível da sua estrutura e da sua composição mineralógica, sem que ocorra fusão. Este processo designa-se de metamorfismo e ocorre em zonas com características distintas que caracterizam o ambiente metamórfico. As rochas provenientes deste processo designam-se então de rochas metamórficas.
Fig. 1 - Ciclo das rochas.




Factores de metamorfismo

 


Tensão


Quando se aplica uma força numa determinada área diz-se que o material está a sofrer um estado de tensão.
Podem então considerar-se dois tipos de tensão que as rochas estão sujeitas no interior da Terra:

Tensões litostáticas - esta tensão resulta da tensão exercida pelo peso da massa rochosa suprajacente; é exercida de igual modo em todas as direcções, para profundidades de 3 km; origina a diminuição do volume dos materiais rochosos, consequentemente aumenta a sua densidade.

Tensões não litostáticas - este tipo de tensão resulta das forças tectónicas (compressivas, distensivas, cisalhamento); produzem uma orientação preferencial dos minerais, que ficam alinhados perpendicularmente à direcção da força.



Calor
À medida que se vão afundando, as rochas vão sofrendo a influência do calor interno da Terra. Calor esse que afecta a mineralogia e a textura de uma rocha, de um modo significativo. O facto da temperatura aumentar quando a profundidade aumenta não é suficiente para que as rochas se fundam, no entanto são provocadas alterações nos seus minerais constituintes. Estabelecem-se então novas ligações atómicas, surgem novas redes cristalinas, ou seja, novos minerais. A este processo dá-se o nome de recristalização.

Outra fonte de calor importante nos processos metamórficos é as intrusões magmáticas. Quando o magma se instala nas rochas suprajacentes, sobreaquece-las originando um processo metamórfico.

No entanto, se as rochas estiverem sujeitas a temperaturas próximas dos 800ºC, os materiais entram no domínio magmático.

Fluidos


Durante o processo metamórfico as rochas podem estar em contacto com fluidos circulantes como por exemplo água. Estas soluções vão reagir com as rochas provocando a sua alteração ao nível da sua composição química e mineralógica.

Tempo


É também necessário considerar o tempo como um dos factores relevantes para a formação de rochas metamórficas visto que os fenómenos relacionados com o metamorfismo são bastante lentos.

Fonte: http://estudante-de-biogeo-11.blogspot.pt/2009/04/metamorfismo-factores.html

Mineralogia das rochas metamórficas
Os minerais que constituem as rochas são mais estáveis em ambientes semelhantes àqueles que estiveram presentes durante a sua formação. Quando essas condições se alteram, os minerais podem experimentar transformações.
Os minerais podem ser transformados originando diferentes texturas e/ou associações, devido a novos arranjos de partículas, ocorrendo desta forma a recristalização.

Alguns minerais são mesmo específicos de ambientes metamórficos e podem caracterizar as condições presentes num determinado contexto metamórfico. De entre esses minerais podemos citar a clorite, a estaurolite, a silimanite, a granada, a cianite, a andaluzite e o epídoto.
A presença de minerais permite inferir das condições de pressão e temperatura em que decorrem os processos metamórficos. Os minerais que permitem caracterizar essas condições são designados
minerais-índice.
Tendo em conta ainda as condições de pressão e temperatura que estiveram presentes na formação de uma dada rocha metamórfica, pode considerar-se o metamorfismo de baixo, médio e alto grau.

Fig. 1 - Imagem com os tipos de rocha e os minerais: a ardósia é uma rocha de baixo grau; o filito é uma rocha de transição entre o baixo grau e o médio grau; o micaxisto (não representado) é uma rocha de baixo grau; o ganisse é uma rocha de alto grau.


Fonte: http://estudante-de-biogeo-11.blogspot.pt/2009/04/rochas-metamorficas.html

Tipos de metamorfismo

Tipos de metamorfismo Tendo em conta os contextos de ocorrência do metamorfismo, são habitualmente definidos vários tipos de metamorfismo dos quais se destacam: o metamorfismo de contacto e o metamorfismo regional.
Fig. 1 - Tipos de metamorfismo - metamorfismo de contacto e metamorfismo regional (imagem extraído de: CienTIC).


Metamorfismo regional - este tipo de metamorfismo afecta extensas áreas da crusta terrestre, tendo origem numa sequência de fenómenos relacionados com a formação de cadeias montanhosas (orogenia).
O metamorfismo regional está directamente relacionado com processos de convergência de placas.
Quando as condições de tensão e de temperatura ultrapassam determinados valores, ocorrem processos de fusão parcial entrando-se desta forma no o domínio magmático (transição do metamorfismo para o magmatismo - ultrametamorfismo).
Os principais factores do metamorfismo regional são
os fluidos de circulação, tensões e temperaturas.
Metamorfismo de contacto –
ocorre em zonas de próximas de intrusão de rochas.
As rochas que se encontram junto à intrusão são sujeitas a elevadas temperaturas, sendo assim, alteradas, desenvolvendo-se uma zona de alteração mineralógica e estrutural, denominada auréola de metamorfismo.
Neste tipo de metamorfismo o factor principal é o calor, daí este processo geológico ser denominado igualmente de metamorfismo térmico.
A extensão da auréola metamórfica depende da dimensão do corpo intrusivo que se instala. As rochas metamórficas que se originam nas zonas mais próximas do corpo intrusivo são designadas, geralmente, de corneanas.
Verifica-se que a variedade de rochas resultantes do metamorfismo de contacto depende do tipo de rocha-mãe (protólito) onde o corpo magmático se instala, ou seja da natureza de rocha encaixante.

Fig. 2 - Intrusão magmática que ocorre no processo geológico representado - metamorfismo de contacto (imagem extraído de: CienTIC).


Fonte: http://estudante-de-biogeo-11.blogspot.pt/2009/05/rochas-metamorficas-cont.html 

Textura das rochas metamorficas

Um critério importante para a classificação das rochas metamórficas é a foliação. A foliação é um aspecto da textura caracterizado pela existência de estruturas planares, resultantes do alinhamento paralelo de certos minerais, por acção de tensões dirigidas. Em relação à foliação, as rochas metamórficas podem ser classificadas em rochas foliadas e rochas não foliadas.
O quadro que se segue resume os principais tipos de foliação.
As rochas foliadas e não foliadas são, por sua vez, classificadas de acordo com a composição mineralógica. No quadro seguinte, estão, sumariamente, caracterizadas principais rochas metamóricas.
Fonte: http://soraiabiogeo.blogs.sapo.pt/10908.html

Deformação das rochas

As rochas são consideradas como um exemplo de estabilidade e solidez, no entanto, os processos a que estas se encontram sujeitas podem provocar alterações significativas nos materiais geológicos.
Há milhões de anos, que a energia proveniente do interior da Terra provoca a deformação da litosfera. Processo esse que tem sido responsável pela formação das cadeias montanhosas.
A dinâmica da própria litosfera origina forças tectónicas que tendem a deformar os materiais rochosos. Esta deformação pode traduzir-se pelo aparecimento de falhas e dobras nas estruturas geológicas.


As rochas que integram a litosfera, encontram-se sujeitas a forças de tensão. Tensão esta que é considerada a força exercida por unidade de área. Se a mesma força for aplicada em duas superfícies distintas, cada uma delas com diferentes áreas, a tensão aplicada será maior quando a área considerada for menor (vice-versa).
Um estado de tensão pode expressar-se segundo duas componentes, por tensão normal e por tensão cisalhante (tensão de corte). As tensões normais podem ser consideradas compressivas (limites convergentes) ou distensivas (limites divergentes).

Fig. 1 - Diferentes tipos de tensões existentes (imagem extraída de: CienTIC). A deformação pode corresponder a alterações no volume ou a alterações de forma, ou a ambos, simultaneamente. Para cada tipo de tensão ocorre um tipo de deformação. Existem então diferentes tipos de estados de tensão:


- Estado de tensão compressivo – origina falhas compressivas ou inversas, e dobras;

- Estado de tensão distensivo – origina falhas normais ou extensivas, e estiras;

- Estado de tensão cisalhante - origina falhas de cisalhamento.
Fig. 2 - Estruturas tectónicas originadas pela actuação de diferentes tipos de tensões (imagem extraída de: CienTIC).

Comportamento mecânico das rochas
O resultado da deformação de estruturas geológicas, depende de características estruturais das rochas como a pressão e a temperatura a que estão sujeitas.
O comportamento dos materiais quando sujeitos a estados de tensão pode ser elástico ou plástico.

Comportamento elástico – a deformação é reversível e proporcional ao estado de tensão aplicado. Quando a tesão é cessada, o material recupera a forma inicial.

Comportamento plástico – acima do limite de elasticidade (ponto de cedência), a alteração de forma ou de volume dos materiais mantém-se de modo permanente, ou seja, a deformação é irreversível, o material não volta ao seu estado inicial mesmo que cesse a actuação da tensão. Nestes casos, devido à actuação contínua da tensão, as rochas atingem o limite de resistência máxima (limite de plasticidade), entrando em ruptura.

Resumindo, a resposta dos materiais geológicos desde a superfície até profundidades entre os 15 km e os 20 km, traduz-se num comportamento elástico, seguido de ruptura. Diz-se, neste caso, que a deformação ocorre em regime frágil. Nestas circunstâncias, a deformação pode originar falhas.
A profundidades mais elevadas e sob a acção de grandes tensões, as rochas entram, normalmente, em ruptura mais facilmente – comportamento elástico. Neste caso, a deformação diz-se que ocorre em regime dúctil. Nestes casos, tendem-se a formar dobras como resultado das forças de tensão aplicadas.




Fig. 3 - Comportamentos dos materiais geológicos quando sujeitos a diferentes tipos estados de tensão (imagem extraída de: CienTIC).

Diferentes factores, como a temperatura, tensão (tensões litostáticas e não litostáticas), pressão, composição química e mineralógica e o teor em água, variam com a profundidade, provocando diferentes condições que afectam o comportamento dos materiais geológicos.
 


Estruturas geológicas originadas por deformação: dobras e falhas


Quando se ultrapassa o limite de elasticidade das rochas estas deformam-se permanentemente e em resposta a forças compressivas formam-se dobras.


Dobra - é uma deformação em que se verifica o encurvamento de superfícies originalmente planas. Resultam de rochas com comportamento dúctil.


Podem ser caracterizadas pelos seguintes elementos:




Classificação das dobras segundo a disposição espacial dos elementos:


Antiforma – convexidade da dobra orientada para cima;

Sinforma – convexidade da dobra orientada para baixo;

Dobras neutras – convexidade orientada na horizontal.





Em relação à idade, a dobra pode ser anticlinal se apresentar no seu núcleo as rochas mais antigas, e sinclinal se tiver no seu núcleo as rochas mais recentes.



A orientação das dobras é feita através do levantamento de dois parâmetros:
  • Direcção da dobra:
  • ângulo entre a linha N-S e a linha de intersecção do plano dado com o plano horizontal (linha horizontal do plano ou directriz).
  • Inclinação da dobra: ângulo definido entre a linha de maior declive (pendente) da superfície planar considerada com um plano horizontal, este ângulo varia entre 0º e 90º.




 

Falhas

As falhas são deformações associadas a comportamentos frágeis do material geológico. Correspondem a superfícies de fractura, ao longo das quais ocorreram movimentos relativos entre os dois blocos que separam. Surgem quando o limite de plasticidade das rochas é ultrapassado e estão, muitas vezes, associadas a sismos.






Plano de falha – superfície de fractura ao longo da qual ocorreu o movimento dos blocos;

Tecto (bloco superior) – bloco que se encontra acima do plano de falha;

Muro (bloco inferior) – bloco que está situado abaixo do plano de falha;

Rejecto – distância do deslocamento relativo entre os dois blocos da falha;

Inclinação da falha – ângulo definido entre o plano da falha e um plano horizontal;

Direcção da falha – alinhamento horizontal do plano de falha.

Tipos de falhas

De acordo com o movimento relativo entre os dois blocos da falha (tecto e muro), as falhas podem ser classificadas como normais, inversas e de desligamento.



Falha normal
– Tecto desloca-se para baixo relativamente ao muro (ângulo obtuso entre o plano de falha e o plano horizontal). Este tipo de estrutura resulta da actuação de tensões distensivas;

Falha inversa –Tecto desloca-se para cima relativamente ao muro (ângulo agudo entre o plano de falha e o plano horizontal;

Falha de desligamento – O movimento pode ser lateral direito ou lateral esquerdo, se o bloco no lugar oposto da falha, relativamente ao observador, se desloca para a direita ou para a esquerda.
 
 

 
 
 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Diferenciação magmática

 
Embora existam apenas três tipos de fundamentais de magmas, podem encontrar-se diversas famílias de rochas magmáticas, isto porque, a partir da formação dos magmas, estes tendem a evoluir quimicamente através de um cojunto de processos, designados por diferenciação magmática.
Um dos processos envolvidos nessa diferenciação é a cristalização fraccionada: uma vez que cada magma é uma associação de minerais, e esses minerais têm uma temperatura de solidificação e cristalização própria, os minerais diferentes começam a cristalizar a temperaturas diferentes, numa sequência definida que depende da pressão e da composição do material fundido.
A fracção cristalina separa-se do restante líquido, por diferenças de densidade – diferenciação gravítica – deixando um magma residual, quimicamente diferente do magma original. No final, podem-se encontrar na câmara magmática rochas diversas em diferentes locais: mais superficialmente, as menos densas, com mais silício, alumínio, sódio e potássio; mais abaixo, as mais densas, constituídas maioritariamente por ferro, magnésio e cálcio.
Outra causa da diferenciação magmática é a assimilação magmática e a mistura de magmas: a assimilação ocorre devido às reacções do magma e as rochas envolventes. Se o magma se encontra a uma temperatura superior à do ponto de fusão dos minerais dessas rochas, funde-os e, ao incorporá-los, altera a sua composição. O magma pode também conservar restos sólidos de rochas (encraves), que se reconhecem após a consolidação magmática.


No início do século XX, Norman Bowen estabeleceu uma sequência pela qual os minerais cristalizam num magma em arrefecimento. Essa sequência ficou conhecida como Série Reaccional de Bowen.

Bowen concluiu que certos minerais sao mais estáveis a temperaturas mais altas e cristalizam antes de outros, que são estáveis a temperaturas mais baixas. A Série Reaccional de Bowen tem dois ramos:

- Ramo descontínuo: corresponde a minerais ferromagnesianos (ricos em Fe e Mg) e polimorfos; à medida que se dá o arrefecimento, o mineral anteriormente formado reage com o magma residual dando origem a um mineral com uma composição química e uma estrutura diferentes, e que é estável nas novas condições de temperatura;
- Ramo contínuo: corresponde a minerais do grupo das plagioclases, verificando-se uma alteração nos iões das plagioclases, sem que ocorra alteração da estrutura interna dos minerais (minerais isomorfos).

. Reflexão:
O processo de diferenciação magmática é bastente complexo, Bowen conseguiu reunir num esquema vários aspectos importantes. Por exemplo, através do seu trabalho podemos dizer que os minerais com ponto de fusão mais elevado são os primeiros a formarem-se, ou então, que o basalto é constituído por olivinas, piroxenas, anfíbolas e plagioclases cálcicas. Outras conclusões podemos tirar, no entanto, destaca-se que os magmas não arrefecem uniformemente ( podem existir transitoriamente diferenças de temperatura dentro da câmara magmática), magmas imiscíveis podem dar origem a cidtais diferentes daqueles que dariam isoladamente e que os magmas ao consolidarem , podem assimilar materiais das rochas encaixantes, que modificam a sua composição.
 
 
 
 
Diversidade de rochas magmáticas

A classificação das rochas magmáticas tem como base a composição mineralógica e a textura.

Composição mineralógica:
A classificação da rocha é feita com base na percentagem de cada um dos minerais presentes.
Nos minerais constituintes das rochas magmáticas destacam-se os silicatos. O óxido de silício SiO2 é um condicionante do tipo de rocha magmática, pois consideram-se, de acordo com a percentagem em sílica, quatro grandes tipos de rochas.

  • Rochas Ácidas – Percentagem em sílica superior a 70%.
  • Rochas Intermédias – Percentagem em sílica entre os 50 e os 70%.
  • Rochas Básica – Percentagem em sílica compreendida entre os 45 e os 50%.
  • Rocha Ultrabásica – Percentagem em sílica inferior a 45%.
Nas rochas magmáticas, os minerais não se formam em simultâneo, a sua cristalização está condicionada por factores externos já referidos (tempo, o espaço, a temperatura e a agitação do meio). Assim, na grande maioria das vezes, as partículas minerais ocupam uma posição irregular e desordenada não assumindo, por isso, o estado cristalino, mas amorfo ou vítreo.

Assim, em termos mineralógicos podem-se observar minerais determinantes no aspecto das rochas e na sua designação.

Os minerais essenciais que compõem as rochas magmáticas podem ser:
- Feldspato: mineral amorfo, opaco, de coloração esbranquiçada (podendo assumir outras tonalidades, sempre claras, em resultado da mistura em presença de outros minerais, como o enxofre que confere-lhe um tonalidade amarelada). É um material erudido, que se degrada com facilidade;

- Quartzo: sílica pura. Substância branca transparente, cristalina, sendo um sólido bastante resistente.

- Moscovite: frequentemente designado de Mica, este mineral cristaliza assumindo uma forma escamosa (ou laminada) e brilhante. Pode ser identificada em duas tonalidades preta ou branca.

Uma outra propriedade importante para dar uma ideia da composição mineralógica é a tonalidade que a rocha apresenta.

Diferenciação quanto à cor dos mineriais(e aos seus constituintes):
- Minerais Félsicos: minerais compostos por feldspato, moscovite e mais sílica, que lhes conferem uma coloração clara;

-Minerais Máficos: minerais compostos por magnésio e ferro, assumindo uma cor escura (olivina; piroxenas; biotite, anfíbolas).

Também as rochas podem ser identificadas mediante a sua cor:
- Rochas Leucocratas: são rochas ácidas (elevada % de sílica), de tom claro, ricas em minerais félsicos;

- Rochas Mesocratas: apresentam uma coloração intermédia e uma proporção idêntica de minerais félsicos e máficos;

- Rochas Melanocratas: rochas básicas (sílica inferior a 50%), de tons escuros e rica em minerais máficos.

Textura
É o aspecto geral da rocha resultante das dimensões, da forma e do arranjo dos minerais constituintes.
Através da textura das rochas é possível identificar o ambiente onde cristalizaram, ambiente esse que determina o aspecto geral destas (rochas).

Assim, as rochas que solidificam apartir de magma quente que extravasou para a superficie terrestre constituem um grupo de rochas designadas de Efusivas ou Vulcânicas (eruptivas). A textura característica destas rochas é agranular/afanítica (homogénea), uma vez que os minerais não se distinguem, observando-se apenas a presença frequente de vidro e (quase) ausência de cristais, ou pode revelar movimentos de lava na superfície (textura fluidal). Este desenvolvimento textural explica-se pelo facto das lavas deste tipo de vulcão solidificarem rapidamente em superfície, após uma erupção vulcânica ou fissural.

Em contraponto, as rochas que cristalizam em profundidade perdem calor de forma mais lenta, permitindo o desenvolvimento de cristais. Este tipo de rochas denominam-se Plutónicas ou Intrusivas (endógenas). Neste tipo de rochas é, desta forma possível observar-se uma textura granular/fanerítica (heterogénia), fruto de minerais que se distingem uns dos outros através da cristalização destes.Negrito


Tendo em conta a composição mineralógica, formam-se grupos de rochas designados por famílias.
Principais Rochas Magmáticas – Caracterização
Rochas intrusivas – Dão o nome a família de rochas magmáticas
Granito
Tipo: rocha magmática intrusiva ou plutónica.
Composição química: Félsica. Composição mineralógica: Minerais essenciais - Feldspato potássico (ortoclase), quartzo, plagioclase sódica associados a biotite, a biotite e moscovite ou, mais raramente, só a moscovite, e por vezes a hornblenda. Minerais acessórios- Magnetite, Ilmenite, apatite, pirite, zircão.
Cor: branca, cinzenta clara, rosa, amarelada, esverdeada quando alterado; rocha leucocrata.
Textura: Rocha fanerítica com minerais bem desenvolvidos, normalmente equigranular.
Variedades: Granito biotítico, granito moscovítico, granito de duas micas, granito hornblêndico e granito turmalínico.
Utilidade: É usado nas construções de edifícios, assim como, rocha polidora. É também um importante recurso de minerais valiosos, especialmente associados aos pegmatitos e aos gases libertados nos processos magmáticos.

DioritoTipo: rocha magmática intrusiva ou plutónica.
Composição química: Intermédia
Composição mineralógica: Minerais essenciais - Plagioclase sódica (andesina, oligoclase-andesina) associada a hornblenda, biotite e piroxena. Minerais acessórios - Magnetite, ilmenite, titânio e alanite.
Cor: cinzenta a cinzenta-escura ou esverdeada; rocha mesocrata.
Textura: Rocha fanerítica com cristais bem desenvolvidos, normalmente equigranulares; existem variedades com fenocristais.
Variedades: diorito hornblêndico, diorito biotítico e diorito augítico.
Utilidade: É uma rocha utilizada na construção.



Gabro
Tipo: rocha magmática intrusiva ou plutónica.
Composição química: Máfica.
Composição mineralógica: Minerais essenciais - Plagioclase cálcica, piroxenas, hornblenda e por vezes olivina. Minerais acessórios - Magnetite, ilmenite, apatite.
Cor: escura (esverdeada, verde-anegrada, cinzenta escura ou negra, muito raramente avermelhada); rocha melanocrata.
Textura: Rocha fanerítica com cristais bem desenvolvidos, equigranular. Variedades: gabro hornblêndico, gabro dialágico, gabro augítico e gabro olivínico.
Utilidade: Muito frágil para ser usado na construção. Por vezes associado a depósitos minerais (ex. cobre, crómio, níquel, cobalto, ferro e platina).




Rochas extrusivas – Dão o nome ao tipo de magma.
Riólito
Tipo: rocha magmática extrusiva ou vulcânica.
Composição química: Félsica.
Composição mineralógica: Minerais essenciais - Quartzo, feldspato alcalino associados a biotite, hornblenda e piroxena. Minerais acessórios - Albite, magnetite e ilmenite.
Cor: muito clara; rocha leucocrata.
Textura: Rocha afanítica, com cristais pouco desenvolvidos.
Utilidade: Quando tratado com calor torna-se excelente material industrial para acústica.


Andesito

Tipo: rocha magmática extrusiva ou vulcânica.
Composição química: Intermédia.
Composição mineralógica: Minerais essenciais - Plagioclase sódica associada a hornblenda, biotite e piroxena. Minerais acessórios - Magnetite, ilmenite.
Cor: castanha-escura ou acinzentada; rocha mesocrata.
Textura: Rocha afanítica com cristais pouco desenvolvidos.
Utilidade: O vulcanismo andesítico está associado depósitos de cobre; usado como material de construção.

Basalto
Tipo: rocha magmática extrusiva ou vulcânica.
Composição química: Máfico.
Composição mineralógica: Minerais essenciais - Plagioclase cálcica associada a piroxena, hornblenda e olivina. Minerais acessórios - Magnetite, ilmenite, apatite, hematite, quartzo.
Cor: muito escura, variando entre o preto e o castanho; rocha melanocrata.
Textura: Rocha afanítica com cristais pouco desenvolvidos.
Variedades: Basalto com olivina.
Utilidade: Utilizada nos pavimentos; também utilizada, mas menos frequentemente, na construção de edifícios.


Rochas agrupadas segundo o tipo de arrefecimento e a textura:



Fonte: http://maisbiogeologia.blogspot.pt/2009/03/rochas-magmaticas-diferenciacao-e.html 



Para a resulução de exercícios sobre magmatis mo e rochas magmáticas consulte os seguintes saites:
Publicado por: Cleide Moreira
 

Isomorfismo e Polimorfismo


Isomorfismo: verifica-se quando ocorrem variações ao nível da composição química dos minerais sem, contudo, se verificarem alterações na estrutura cristalina. Substâncias com estas características designam-se por substâncias isomorfas. A um conjunto de minerais como estes chama-se série isomorfa ou solução sólida e os cristais constituídos designam-se por cristais de mistura, misturas sólidas ou misturas isomorfas. Um exemplo de minerais que constituem uma série isomorfa é o das plagióclases, que são silicatos em que o Na+ e o Ca2+ se podem intersubstituir.

Polimorfismo: verifica-se quando os minerais têm a mesma composição química, mas estruturas cristalinas diferentes.
 
 
Publicado por: Cleide Moreira

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Magmatismo - Rochas Magmáticas



O magma é uma mistura complexa de materiais, de composição essencialmente silicatada, rica em sílica. A sua consolidação origina rochas designadas de rochas magmáticas. Estas podem ser:

  • Intrusivas ou Plutónicas - formam-se no interior da crusta terrestre.
  • Extrusivas ou Vulcânicas - formam-se à superfície da crusta.

É nas zonas de limites de placas (convergentes e divergentes) e de plumas térmicas que se verifica a fusão de certos materiais, originando certos tipos de magmas. Podemos classificar os magmas em 3 grandes grupos:

  • Magma Basáltico - origina-se a partir da fusão parcial do peridotito  ascendendo principalmente nas zonas de rifte e hot spots (pontos quentes). Este tipo de magma contém cerca de 50% de sílica e pequena quantidade de gases dissolvidos. Pode dar origem a rochas como o basalto e o gabro.                 

Basalto
  • Magma Andesítico - são muito complexos e apresentam origem mista por fusão das rochas do manto, da crusta continental e oceânica (ricas em água) em zonas de subducção. Este tipo de magma contém cerca de 60% de sílica e bastantes gases dissolvidos. Pode dar origem a rochas como diorito (consolidação em profundidade) e ao andesito (consolidação à superfície).

Diorito
  • Magma riolítico - origina-se por fusão de rochas da crusta continental (ricas em água, dióxido de carbono e sílica) em zonas de colisão de placas continentais devido à elevada pressão e temperatura. Este tipo de magma contém cerca de 70% de sílica e grande quantidade de gases dissolvidos. Pode dar origem a rochas como o riólito e o granito.
Riólito
Os magmas são misturas de líquidos, gases e minerais no estado sólido. Durante a consolidação do magma, verificam-se fenómenos de cristalização de certos componentes magmáticos, originando minerais. Em todos os processos de cristalização, são desagregadas as substâncias nas suas partículas constituintes, aquecendo ou dissolvendo, para que essas partículas possam movimentar-se livremente no espaço. Os movimentos das partículas dependem não só das condições internas inerentes à própria natureza das substâncias que cristalizam mas também de fatores externos, os principais são: a agitação do meio em que se formam; o tempo; o espaço disponível; e a temperatura. A forma dos cristais é dependente das condições envolventes, mas a estrutura cristalina é constante e independente dessas condições. 
A estrutura cristalina é formada por fiadas de partículas ordenadas ritmicamente segundo diferentes direções do espaço. Essas fiadas definem, assim, uma rede em que existem unidades de forma paralelepipédica que constituem a malha elementar ou motivo cristalino, unidades essas que se repetem.

Retirado de: Manual de Biologia e Geologia 11º ano, "Terra, Universo de Vida"
Cristiana Carvalho








domingo, 5 de maio de 2013

Rochas sedimentares, arquivos históricos da Terra

As rochas sedimentares são habitualmente estratificadas e frequentemente fossilíferas. Estas rochas são fundamentais para estudar a história da Terra e da vida. Para isso aplica-se um principio denominado Principio do Atualismo, que afirma que se pode explicar o passado a partir do que se observa no presente, ou seja, causas que provocaram determinados fenómenos no passado são idênticas às que provocam o mesmo tipo de fenómenos no presente.

- Os fósseis e a reconstituição do passado:

Fóssil é o resto ou vestígio de um ser vivo que viveu à milhões de anos e que ficou conservado na rocha contemporânea da sua origem.


A fossilização é o conjunto de processos que leva à preservação de restos ou vestígios de organismos nas rochas. Existem vários tipos de fossilização:

  • Conservação (os organismos ou partes deles são preservados sem alteração ou com pequenas modificações) 
            - Envolve a mumificação

  • Moldagem (o organismo ou partes dele imprimem um molde em sedimentos finos que o envolvem ou preenchem)
            - Molde interno
            - Molde externo
            - Impressão

  • Mineralização (os constituintes de partes duras, (como ossos, conchas, ...), são substituídos por minerais transportados em solução nas águas subterrâneas e que precipitam)

  • Icnofósseis (são pegadas, marcas de reptação, rastos que constituem evidências da atividade do ser vivo cuja marca a litogénese não destruiu)

Os fósseis apresentam grande interesse científico, pois permitem conhecer as características estruturais e hábitos de seres que viveram no passado, reconstruir paleoambientes, a partir, por exemplo, de fósseis de fácies que correspondem a organismos que viveram em ambientes muito restritos e, por isso, fornecem informações em relação aos ambientes de formação das rochas sedimentares onde se encontram e os fósseis permitem também a datação das rochas e de acontecimentos geológicos.

A datação relativa corresponde à determinação da ordem cronologia de uma sequência de acontecimentos, ou seja, estabelece a ordem pela qual as formações geológicas se constituíram no lugar onde se encontram. Esta datação relativa é feita a partir de vários princípios. Como,

   - Princípio da sobreposição de estratos:
Segundo este princípio, numa série de estratos na sua posição original, qualquer estrato é mais recente do que os estratos que estão abaixo dele e mais antigo do que os estratos que a ele se sobrepõem. Assim, uma sucessão de estratos forma uma sequência de estratigráfica e representa um registo cronológico da história geológica da região.




   - Princípio da continuidade lateral:
Este princípio corresponde à constância de características (litológicas, paleontológicas e cronológicas)entre camadas distanciadas lateralmente. Se, se reconhece que as rochas embora distanciadas estão intercaladas em rochas idênticas, pode estabelecer-se uma correlação de idade.




   - Princípio da identidade paleontológica:
Segundo este princípio, os fósseis de determinados grupos aparecem numa ordem definida e que os estratos que possuem os mesmos fósseis têm a mesma idade. Mas, só os fósseis de idade permitem datar as camadas.
Os fósseis de idade correspondem a seres vivos pertencentes a grupos que sobreviveram durante intervalos de tempo curtos e tiveram grande área de dispersão.
As camadas que apresentam os mesmos fósseis de idade são contemporâneos.




   - Princípio da interseção:
De acordo com este princípio, toda a estrutura que interseta outra é mais recente do que ela.




   - Princípio da inclusão:
Segundo este princípio, os fragmentos de rochas incorporados ou incluídos numa rocha são mais antigos do que a rocha que os engloba.





Escala do tempo geológico

A escala do tempo geológico tem várias divisões com diferentes amplitudes: Eons, Eras, Períodos e Épocas.




Admite-se que a vida surgiu há 3800 milhões de anos e a partir daí foi-se diversificando e evoluindo. Mas, quanto mais recuarmos no tempo, menos se conhece sobre a história da Terra, uma vez que os registos preservados nas rochas são menos abundantes e mais obscuros.


 



Deixamos-te agora alguns exercícios para poderes testar os teus conhecimentos:

-http://www.netxplica.com/exercicios/geo11/42.rochas.sedimentares.htm
-http://www.netxplica.com/exercicios/geo11/rochas.sedimentares.classificacao.htm
-http://www.netxplica.com/manual.virtual/exercicios/geo11/rochas.sedimentares.1/11.GEO.rochas.sedimentares.formacao.htm
-http://www.netxplica.com/exercicios/geo11/rochas.sedimentares.formacao.htm 




Bibliografia:

Silva, Amparo Dias da; Santos, Maria Ermelinda; Gramaxo, Fernanda; Mesquita, Almira Fernandes; Baldaia, Ludovina; Félix, José Mário (2012). Terra, Universo de Vida (1º edição). Porto Editora


Micaela Ferreira